Sisi’s Brave New Egypt? by Raymond Ibrahim January 15, 2015
Tradução: Sebastian Cazeiro
O presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sisi continua sendo a antítese do que a antiga grande mídia retrata dele.
Primeiro foi seu histórico discurso, onde ele, líder da maior nação árabe e muçulmano, acusou o pensamento islâmico de ser o flagelo da humanidade – com palavras que nenhum líder ocidental ousaria pronunciar. Este notável discurso – o qual alguns dizem que deve render-lhe o Prêmio Nobel da Paz – poderia ter caído no esquecimento se não tivesse sido postado no meu site (Raymond Ibrahim) e disseminado pela PJ Media (Roger L. Simon, Michael Ledeen, Roger Kimball) incluindo Bruce Thornton, Robert Spencer,Sebastian Cazeiro entre outros.
Em vez disso, as manchetes do MSM do dia do discurso e dos dias que sucederam o mesmo, divulgaram o seguinte: “O Presidente Sisi do Egito é pressionado para libertar o repórter da Al-Jazeera” (BBC, Jan 1); “Gays egípcios vivem com medo sob o regime de Sisi” (USA Today, Jan 2); “A esposa de George Clooney, Amal, corre risco de prisão no Egito” (Fox News Jan 3).
É claro que o MSM finalmente divulgou o discurso de Sisi – todos pareciam saber sobre isso – mas, uma vez mais, retratando Sisi sob luz negativa. Assim, depois de citar brevemente o apelo do presidente do Egito, para uma “revolução religiosa”, o New York Times imediatamente acrescentou:
Outros, porém, insistem que as fontes da violência são alienação e ressentimento, não teologia. Eles argumentam que os governantes autoritários de países árabes – que tentaram controlar durante décadas a doutrina muçulmana e a aplicação da Lei Islâmica – desencadearam uma reação violenta, expressa em idéias religiosas e linguagem.
Em outras palavras, o terror jihadista é um produto de Sisi, a quem o NYT habitualmente retrata como um opressivo autocrata – especialmente por suas tentativas de desradicalizar os sermões muçulmanos e seus ensinamentos (discutido nesse artigo).
Em seguida, Sisi foi até a Catedral Ortodoxa Copta de São Marcos durante a Missa da Noite de Natal para oferecer à minoria cristã do Egito suas congratulações e votos de feliz Natal.
Aqui, novamente, Sisi fez história como o primeiro presidente egípcio a entrar em uma igreja durante a missa de Natal, um gesto veementemente criticado por muçulmanos do país, incluindo o partido Salafista. A Lei Islâmica proíbe congratulações aos não-muçulmanos em suas celebrações religiosas, razão pela quais presidentes antecessores (Nasser, Sadat, Mubarak, e, claro, Morsi) nunca compareceram à missa de Natal.
Consequentemente, as saudações que Sisi recebeu das centenas de cristãos presentes foram jubilantes. Seu discurso foi muitas vezes interrompido por aplausos e gritos de “Nós te amamos!” E “de mãos dadas” – frases que ele retribuiu. Parte de seu discurso a seguir:
O Egito trouxe uma mensagem humanista e civilizatória para o mundo há milênios e nós estamos aqui hoje para confirmar que somos capazes de fazê-lo novamente. Sim, uma mensagem humanista e civilizatória deve mais uma vez emanar do Egito. É por isso que não devemos nos chamar por algo diferente de “Egípcios”. Isso é o que deve ser – Egípcios, apenas Egípcios, Egípcios, de fato! Eu só quero dizer-lhe que se Allah (Deus) quiser, se Allah quiser, vamos construir a nossa nação juntos, acomodar um ao outro, criar espaço para o outro; e nós devemos gostar um do outro, amar uns aos outros, amar uns aos outros a sério, para que as pessoas possam ver… Então me deixa dizer mais uma vez, feliz Ano Novo, feliz Ano Novo para todos vocês, Feliz Ano Novo a todos os Egípcios!
Sisi ficou lado a lado com o Cristão Copta Papa Tawadros II – talvez pela lembrança do fato de que, quando o General Sisi primeiro derrubou o presidente Morsi e a Irmandade Muçulmana, o Papa Tawadros ficou ao lado dele – e pagou um preço alto: a Irmandade e seus simpatizantes desencadearam a Kristallnacht (a noite dos vidros quebrados) em “represália” que viu 82 igrejas cristãs no Egito, atacadas e muitas destruídas.
É também significativo recordar aonde Sisi foi oferecer suas congratulações aos Cristãos: Na Catedral Ortodoxa Copta de São Marcos – A igreja Copta mais sagrada do Cristianismo que através de Muhammad Morsi foi, pela primeira vez em sua história,selvagemente agredida, tanto por muçulmanos quanto pela segurança nacional. (Veja as imagens aqui)
Mais uma vez, tudo isso foi ignorado ou subestimado pela maioria da grande mídia.
Há, é claro, uma razão pela qual a MSM, que, aparentemente, segue a liderança da administração Obama, tem sido cruel com Sisi. Alguém deve lembrar, que embora Sisi tenha liderado a maior revolução na história do mundo – uma revolução que viu dezenas de milhões irem às ruas, sinais ubíquos, banners pedindo o presidente dos EUA, Obama e o embaixador dos EUA no Egito Anne Patterson para pararem de apoiar o terrorismo (ou seja, o Brotherhood) – A liderança dos EUA, seguida pela grande mídia, falou apenas de um “golpe militar” contra um “presidente democraticamente eleito“, sem apontar que este presidente estava empurrando uma agenda draconiana, uma agenda Islâmica que milhões de pessoas a rejeitaram.
Então, qual é o significado de tudo isto – de Sisi? Em primeiro lugar, na superfície, tudo isto é positivo. Que Sisi pudesse criticar o mundo muçulmano, os textos islâmicos e pensar – de forma que seus homólogos ocidentais jamais o fariam – e mesmo assim continuar o seu comportamento “controverso”, de entrar na Catedral Cristã Copta durante a missa de Natal para oferecer sua saudação aos cristãos – um grande “não” aos líderes muçulmanos – não tem precedente. E nem tudo pode servir como espetáculo. No último ataque contra uma igreja Copta, foram dois policiais muçulmanos que morreram protegendo a igreja, e não os Cristãos devotos que estavam lá dentro – uma raridade.
Se Sisi continua popular no Egito também sugere que uma grande percentagem dos Egípcios aprovam o seu comportamento. Recentemente, por exemplo, após os ataques de Paris, Amru Adib, apresentador da Cairo Today, fez alguns comentários extremamente críticos a respeito dos companheiros Muçulmanos/Egípcios, inclusive, perguntando a eles “Como muçulmanos, estão contentes com o fato de que, hoje, são vistos como terroristas pelo mundo?… Nós [os Egípcios] trouxemos a civilização ao mundo, e hoje? – Nós somos bárbaros! Bárbaros, acredite!” (Outras declarações do Adib aqui.)
Tendo dito, os outros ainda estão lá – a Irmandade Muçulmana, os Salafistas, aqueles a quem chamamos de “Islamitas”, e seus muitos simpatizantes e aliados.
E o pior de tudo, eles tem aqueles “corpus de textos [islâmicos] e idéias”, que foram “sacralizadas ao longo dos séculos” (usando as próprias palavras de Sisi) para apoiá-los – textos e idéias que denunciam Sisi como um “apóstata” merecedor de morte, e prometendo assim uma luta contínua pela alma do Egito.
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