Fonte/Source: The Significance of Sisi’s Speech by Raymond Ibrahim , 7 de Janeiro de 2014
Sobre o escritor Raymond Ibrahim
Na Véspera de Ano Novo, o presidente Egípcio Abdel Fattah al-Sisi ▬ o herói da revolução de 2013 no Egito contra a Irmandade Muçulmana ▬ fez alguns comentários relevantes a respeito da necessidade de uma “revolução religiosa”.
Assista ao vídeo (Legendado em Inglês):
Sisi fez seus comentários durante um discurso que comemorava o nascimento do Profeta do Islã, Maomé (Muhammad) ▬ ironicamente realizado no dia 01 de janeiro de 2015 (um dia não reconhecido ou celebrado pelo mundo muçulmano uma vez que é baseado no calendário Cristão) ▬ diante das maiores autoridades do Islã no Egito provenientes do Ministério da Awqaf (Assuntos Religiosos) e da Universidade de Al Azhar.
Embora as palavras de Sisi tenham sido direcionadas aos guardiões e articuladores do Islã, elas indiretamente serviram como lições importantes para os observadores ocidentais.
Em primeiro lugar, em apenas algumas palavras, Sisi transmitiu uma dose de verdade e realidade contundente a respeito do relacionamento do mundo islâmico para com o resto do mundo. Uma dose de realidade que poucos Ocidentais se atreveriam pensar e muito menos proclamar.
“É inconcebível”, disse ele, “que o pensamento que guardamos como o mais sagrado deva fazer com que toda a umma [Mundo Islâmico] seja uma fonte de ansiedade, perigo, matança e de destruição para o resto do mundo. Impossível!”
Que declaração honesta e animadora vinda não apenas de um líder político, mas de um líder político muçulmano que tem muito a perder, sobretudo sua própria vida!
Contraste as palavras verdadeiras dele com as reafirmações habituais do establishment Ocidental de que a violência e a intolerância do mundo islâmico é um produto de qualquer coisa e de tudo menos do Islã.
Mesmo após o aparecimento da decapitação e da crucificação de infiéis pelo Estado Islâmico (ISIS), políticos como o presidente americano Barack Obama e primeiro-ministro britânico David Cameron insistiam que o “califado” não é islâmico, apesar de todas as evidências em contrário. No entanto, aqui está Sisi, um muçulmano devoto, dizendo que a maioria do terrorismo que assola o mundo hoje em dia está relacionada aos textos sagrados do Islã:
Esse pensamento (que é responsável por produzir “ansiedade, perigo, massacre e destruição” ao redor do mundo) ▬ Eu não estou dizendo “religião”, mas “pensamento” ▬ que corpus de textos e idéias que temos sacralizado ao longo dos séculos, a tal ponto que se afastar deles tornou-se quase impossível, está antagonizando o mundo inteiro. Isso está antagonizando o mundo inteiro!
Como um muçulmano, Sisi não vai dizer que a “religião” é responsável por “antagonizar o mundo inteiro”, mas ele certamente foi muito mais longe do que os seus congêneres ocidentais, quando disse que esse “pensamento” está enraizado em um “corpus de textos e idéias” islâmicas os quais foram “sacralizados”.
Lembre-se que aqui no Ocidente, terroristas islâmicos são vistos como meros “criminosos” e seu terrorismo como “crimes” sem menção a qualquer texto ou ideologia islâmica que possa guiá-los.
Em seguida o presidente Egípcio invocou o clássico ensinamento islâmico ▬ o “pensamento” ▬ que divide o mundo em duas partes beligerantes: o mundo muçulmano (ou em islâmico/Árabe parlance, Dar al-Islam), que deve estar para sempre em conflito com o resto do mundo (ou Dar al-Harb, a “casa de guerra”) até que, nas palavras do Alcorão, “toda religião pertença a Allah ” (Alcorão 08:39).
“Será possível”, perguntou Sisi,o resto dos habitantes do mundo ▬,ou seja, 7 bilhões de pessoas ▬ para que elas mesmas possam viver?”
Sisi mencionou outro ponto importante, que os líderes ocidentais e a mídia como de hábito mente a respeito: depois de afirmar que o “pensamento” islâmico está “antagonizando o mundo inteiro”, disse que “a umma [Mundo Islâmico] está sendo despedaçada; está sendo destruída; está se perdendo ▬ e está se perdendo pelas nossas próprias mãos”.
Em outras palavras, o terrorismo islâmico e o caos não é um produto de injustiças, disputas territoriais, colonialismos, Israel, caricaturas ofensivas ou qualquer outra coisa que o Ocidente apresente. É um produto de suas ”próprias mãos”.
Mais uma vez, deve-se valorizar, pois é revigorante ver um grande líder político no coração do mundo islâmico fazer um reconhecimento sincero, que seus congêneres ocidentais não ousariam sequer pensar muito menos falar. E tenha em mente, Sisi tem muito a perder ao contrário de políticos ocidentais. Protestos da Irmandade Muçulmana e de outros muçulmanos o acusando de apóstata com certeza se tornarão mais agressivo daqui por diante.
“O crítico pode perguntar: “Tudo bem, pondo as palavras de lado, o que tem Sisi realmente feito para ajudar a realizar esta “revolução religiosa”? De fato, um jornalista popular, Ibrahim Eissa, disse ao vivo na televisão do Egito o seguinte:
Cinco meses se passaram desde que ele [Sisi] se tornou presidente, após sua impressionante exibição nas eleições. Ok: o presidente tem, mais de uma vez, indicado a necessidade de uma renovação do discurso religioso… Mas nada tem sido feito pelo presidente Sisi, para renovar o discurso religioso. Absolutamente nada.
No entanto, parece que Sisi tem uma resposta para isso, também: não é seu trabalho como presidente do Egito, reformar o pensamento do mundo islâmico; em vez disso, esse papel pertence ao ulema (erudito/sábio) ▬ e é precisamente por isso que se dirigiu a eles com palavras sinceras. Na verdade, ele enfatizou repetidamente que é responsabilidade do ulema liderar esta “revolução religiosa.”
Assim, “eu digo e repito mais uma vez que estamos precisando de uma revolução religiosa. Vocês, Imãs (autoridades religiosas), são responsáveis perante Deus. O mundo inteiro, e digo isso de novo, o mundo inteiro está à espera do seu próximo movimento… Eu estou dizendo essas palavras aqui no Al Azhar, diante dessa assembléia de estudiosos e ulemas ▬ Deus Todo-Poderoso seja testemunha de sua verdade no Dia do Juízo a respeito do que eu estou falando agora”.
Entretanto, enquanto Sisi fazia esse inovador senão histórico discurso, a grande mídia Ocidental, fiel à forma, ignorou-os e ao invés ofereceu manchetes pueris e redundantes e em sua maioria criticando Sisi, como:
“O Presidente Sisi do Egito é pressionado para libertar o repórter da Al-Jazeera” (BBC, Jan 1, para o qual eu respondo:
“Porque, assim Al Jazeera pode continuar mentindo e enganando o Ocidente sobre Sisi e a revolução anti-Irmandade Muçulmana no Egito?”)
“Gays egípcios vivem com medo sob o regime de Sisi” (USA Today, Jan 2 para o qual eu respondo: “Os homossexuais vivem com medo em todas as nações islâmicas, independentemente de Sisi”.)
“A esposa de George Clooney, Amal, corre risco de prisão no Egito” (Fox News Jan 3, para o qual eu respondo:
“Quem se importa? Só a sua inocência ou culpa importa nesse caso e não a fama de seu marido” ▬ que é em primeiro lugar a única razão pela qual a Fox News escolheu a história “.
Seja a respeito da verdadeira natureza do Islã ou da verdadeira natureza do Sisi, aqui estão os mais recentes exemplos de como inescrutavelmente ignorantes, certamente devem ser os milhares de pessoas que seguem exclusivamente a chamada “grande mídia”.
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